Após prejuízos a empresário, Polícia Civil investiga fake news em Juiz de Fora
Vídeo de funcionários empenando rodas de carros de clientes tem sido compartilhado e atribuído falsamente à loja dele.
A Polícia Civil apresentou nesta terça-feira (12) informações sobre a investigação de um caso de fake news que está gerando prejuízos a um empresário de Juiz de Fora. Um vídeo de funcionários de uma empresa empenando as rodas de carros de clientes tem sido compartilhado e atribuído falsamente à loja dele.
De acordo com o delegado responsável pela investigação, Eurico Cunha, após receber a denúncia do empresário, o material foi analisado e descobriu-se que se trata de um vídeo que circula há cerca de dois anos nas redes sociais e que a empresa é do Rio de Janeiro.
“O vídeo é de uma empresa do Rio de Janeiro, chamada Dinamicar, e acabou que, maldosamente, marcaram a empresa de Juiz de Fora, chamada Dinâmica, e compartilharam com a localização da empresa dele, o que tem acarretado em prejuízos”, explicou.
O proprietário da empresa de pneus de Juiz de Fora, Bruno Barbosa, revelou que recebeu através de um aplicativo de mensagens o vídeo que está sendo atribuído à empresa dele. Um amigo avisou para ele que a mídia estava sendo compartilhada em diversos grupos da cidade.
“Um amigo me enviou há pouco mais de uma semana esse vídeo e me perguntou se eu estava sabendo e o que era aquilo. Fui surpreendido, mas logo vi que não se tratava da minha empresa, que era uma fake news. Mesmo assim, tem me gerado muita dor de cabeça e prejuízos”, destacou.
O delegado afirmou ao G1 que ainda é muito complicado identificar a origem da notícia falsa, tendo em vista que as empresas que gerenciam as redes sociais oferecem resistência em disponibilizar dados dos usuários. No entanto, ele lembrou que todas as pessoas que compartilham a informação estão cometendo crime da mesma forma.
“Sabemos das dificuldades em conseguir o acesso aos dados dos usuários, tanto é que já vimos a Justiça bloquear algumas das redes sociais algumas vezes em todo o Brasil por conta de investigações. Mesmo assim, qualquer pessoa identificada compartilhando está cometendo crime e está sujeita às sanções penais”, afirmou Cunha.
A pessoa flagrada compartilhando notícias falsas pode ser enquadrada no crime de difamação, que tem pena de três meses a um ano de prisão. O delegado destacou que na internet a pena pode ser ampliada em até um terço, por conta do maior alcance que este tipo de crime na rede.
No caso de empresas, como este, o usuário que compartilha a notícia falsa pode ainda ser multado por danos morais e materiais. O delegado informou que as investigações deste caso continuam e que, em situações como esta, a primeira ação das vítimas deve ser sempre procurar a polícia.