Audiência Pública na Câmara de Vereadores de São João Nepomuceno discute o asfaltamento em vias públicas
AUDIÊNCIA PÚBLICA NA CÂMARA DE VEREADORES DE SÃO JOÃO NEPOMUCENO DISCUTE A “REURBANIZAÇÃO DO MORRO DO HOSPITAL” E OUTRAS ÁREAS DO MUNICÍPIO:
O Poder Legislativo abriu suas portas, às 19h desta quarta (08), para sediar esta Audiência Pública, no qual os debatedores tiveram oportunidade e tempo para defender suas teses. Contudo, a palavra final caberá ao Poder Executivo.
Em muitas cidades ao redor do mundo, há um debate contínuo sobre o melhor tipo de pavimentação para as vias públicas: o asfaltamento ou a manutenção de calçamento de pedras (paralelepípedos ou “pés de moleque”). Ambos os lados têm argumentos convincentes, mas é importante considerar os impactos a longo prazo em termos de custo, durabilidade e estética.
Defensores do asfaltamento, os representantes do Poder Público e seguimentos da sociedade favoráveis argumentam que esse tipo de pavimentação oferece uma superfície mais lisa e uniforme, tornando a condução mais segura e confortável para motoristas e pedestres. Além disso, o asfalto requer menos manutenção ao longo do tempo, o que pode resultar em economia de recursos públicos. A facilidade de aplicação e a capacidade de resistir a condições climáticas adversas também são vantagens destacadas pelos defensores da pavimentação asfáltica.
O Procurador do Município, Dr. Michel Alves de Souza (foto abaixo ), defendeu as ações da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano como sinais de políticas de desenvolvimento e urbanização implantadas com responsabilidade e critérios e, também, legais. Ele aproveitou a ocasião para enfatizar as melhorias estruturais e clínicas no Hospital São João e PAM, ao mencionar que o recapeamento favorece o deslocamento das ambulâncias.
Ele também mencionou a importância do recapeamento para circulação de linhas de ônibus circular, oferecendo conforto ao usuário destas linhas nos locais já asfaltados e nos que estarão na pauta do recapeamento, considerando o relevo do município e as dificuldades de rolamento produzidas pelos “pés de moleque”. Tese também defendida pelo representante da Viação Bassamar, Márcio Macedo, que opera a concessão das linhas circulares.
Por outro lado, aqueles que apoiam a manutenção total ou parcial de paralelepípedos defendem a preservação do patrimônio histórico e cultural das cidades e um “visual mais amigável”. Os defensores desta visão também alegam que esse tipo de calçamento permite uma drenagem mais eficiente da água da chuva, reduzindo o risco de alagamentos e enchentes.
No entanto, é importante reconhecer que ambos os tipos de pavimentação têm suas limitações. O asfalto pode deteriorar-se rapidamente em áreas de tráfego intenso, exigindo reparos frequentes, enquanto os paralelepípedos podem ser mais difíceis e custosos de se manter e podem se tornar escorregadios quando molhados.
Síntese das explanações dos debatedores Inscritos:
O arquiteto Flávio Vitoi (primeiro da foto acima) defendeu a manutenção (total ou parcial) do pavimento nos moldes tradicionais por questões “ambientais”, culturais e históricas.
Inclusive, o arquiteto desenvolveu um projeto de urbanização em resposta ao que ele define como “falta de diálogo do Poder Público” e ocupações desordenadas ou descontroladas do estruturas públicas e privada, ele também alegou que “as mudanças têm sido impostas à comunidade”. O geógrafo Bruno Ribeiro mostrou-se preocupado com as questões ambientais, como a capacidade de escoamento das águas pluviais e riscos de alagamentos e enchentes.
O morador da área do Pronto Atendimento Médico ( PAM), Fernando Motta ( sorrindo na foto acima), defendeu o recapeamento como expressão do progresso e facilitação do tráfego de veículos, destacando o deslocamento de saídas/ chegadas das ambulâncias do PAM, no caso do “Morro do Hospital”.
A Secretária de Desenvolvimento Urbano Paula Danelon defendeu o aspecto da urbanização via recapeamento e a sua legalidade, embora defendesse a liberdade de expressão dos líderes de movimentos contrários à política de trabalho da atual gestão da prefeitura. Ela destacou a manutenção de mais de 1 mil m2 em vias públicas do município e que, em relação aos cortes de árvores nas áreas de REURBANIZAÇÃO, que recebe críticas, há um comprometimento em replantio, em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
Ao longo da Audiência Pública, parte dos presentes se inscreveram para o uso da palavra, havendo preocupações destacadas menos com o asfaltamento e mais com a capacidade de escoamento das águas pluviais, como no caso do asfaltamento do “Morro do Hospital” e, futuramente, de “outros morros“, evitando enchentes e alagamentos.
Síntese da manifestação dos Vereadores (em ordem de fala)
Compareceram oito vereadores ( ausência da vereadora Elusa Salvador).
Fabiana Andrade: “O Poder Executivo não ouve o cidadão antes de implantar políticas de mudanças urbanas.”
Írio Henriques: “As ambulâncias derrapam no atual piso, indo para o Morro do Hospital. Com o asfaltamento haveria menos riscos de acidente e um deslocamento mais rápido.
Sebastião Barbosa: “A Audiência Pública é uma ferramenta para o cidadão expor seus pensamentos e expressar seus sentimentos ao Poder Público. “Aqui ouvimos o cidadão”
Léo Dutra: Citou que uma possível mudança de tráfego para acessar o PAM, como sugerida por alguns, pode aumentar em minutos ou segundos o deslocamento de uma ambulância, mas que isso gera prejuízo para pacientes.
Francisco Batista: Parabenizou à Mesa Diretora da Câmara por criar o espaço para debates, respeitando às divergências ideológicas, dizendo que o Poder Legislativo está de “portas abertas” para o exercício da cidadania.
José Maria de Almeida: Ele reforçou a necessidade do respeito à diversidade de ideias e de debates como este, com pontos de vistas diferentes, mas sem agressividade. Elogiou o nível de educação dos debatedores.
Ana Paula Silva: Declarou respeitar as ideias de cada um dos presentes, mas que confia na capacidade da gestão da secretária Paula Danelon e dos servidores envolvidos nos trabalhos em realizarem o asfaltamento prevenindo problemas com escoamento das águas pluviais.
Veja a reunião na íntegra, para ouvir é preciso pausar o som da emissora, no topo da página.