Diamantina quer Carnaval em 2022; outras prefeituras de MG estão indecisas
Municípios como Ouro Preto, Abaeté, Sabará, Juiz de Fora e Tiradentes ainda não decidiram se vão realizar eventos públicos no Carnaval
Apesar da não recomendação do Estado para a realização do Carnaval, em Diamantina a festa deverá ser realizada normalmente, independentemente da situação epidemiológica da pandemia ou de recomendações do governo de Minas, segundo o prefeito Juscelino Roque (DEM). “A intenção é manter o Carnaval preservando a cultura e tradição de Diamantina, valorizando os blocos e a inspiração dos artistas da cidade, como tem sido feito desde 2017”, disse.
Roque reforçou que a prefeitura vai trabalhar para diminuir a “concentração de pessoas” nas praças da cidade. “Vamos fazer uma festa organizada, onde blocos e pessoas poderão circular de maneira organizada e ordeira. Sendo assim, não vejo problema, porque o comércio também precisa dessa movimentação”, acrescentou Juscelino. Atualmente, Diamantina já possui 93% da população com mais de 12 anos vacinada com a primeira dose e 74% já está com o esquema vacinal completo contra a covid-19.
O secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, entretanto, explica que os municípios que optarem por realizar o evento podem seguir as orientações do Minas Consciente. Há dois meses e meio, todas as regiões estão na onda Verde, permitindo que os eventos possam contar com 100% de capacidade. “Não é por ser Carnaval que o protocolo muda. As orientações têm a ver com a onda em que estão as regiões”, explica o secretário. “Não existe nada que diferencie um evento para mil pessoas em Diamantina neste fim de semana ou para o Carnaval”.
O secretário afirmou que o governo mineiro não irá incentivar a realização de eventos públicos de Carnaval em Minas, mas vai orientar as prefeituras a se prepararem para as manifestações espontâneas.
Apreensão em outros municípios
Nos últimos dias, a reportagem de O Tempo conversou com prefeitos e secretários de turismo de cidades mineiras para conhecer as perspectivas em relação ao Carnaval. Em Ouro Preto, destino tradicional até o crescimento da folia em BH, a definição será feita em reunião em 15 de dezembro. O prefeito Angelo Oswaldo ressaltou que o assunto está sendo tratado com o comitê de enfrentamento à covid na cidade, liga das escolas de samba e representantes do comércio.
A grande preocupação, até o momento, é a indicação da prefeitura de BH de que não investirá em patrocínio e estrutura para a realização do Carnaval na capital mineira. Para ele, se o cenário permanecer como está, a tendência é de adiar a folia para o aniversário de Ouro Preto, em 8 de julho. “O fato de BH não realizar o carnaval é muito negativa para as cidades turísticas. Nós temos um receio de fazer o carnaval e vir uma superpopulação de BH para Ouro Preto, o que seria um risco muito grande em relação à covid”, observou.
A preocupação é a mesma do prefeito de Abaeté, Ivanir Deladier. “Aqui já tínhamos um Carnaval bastante participativo, mesmo com o crescimento em BH. O nosso receio é de vir um fluxo grande de pessoas para a nossa cidade e não temos como controlar isso. É uma decisão que está sendo avaliada com muita cautela para tomarmos a melhor decisão”, declarou.
Outras cidades que relataram indefinição em relação ao Carnaval foram Tiradentes, que fará até enquete nas redes sociais para participação da população no assunto, Sabará, São Lourenço, Juiz de Fora, Santa Luzia e Nova Lima. As prefeituras informaram que discutem a situação, mas a decisão dependerá do cenário da pandemia.
Planejamento para o Carnaval de 2023
Em Uberlândia, não haverá Carnaval em 2022. Mas a prefeitura decidiu já planejar a volta dos desfiles das escolas de samba a partir de 2023. Os recursos serão liberados para as escolas a cada dois meses, para que o trabalho de preparação possa ser feito ao longo do ano que vem.
“Em 2022, o Carnaval não acontece por conta da insegurança. Ninguém faz Carnaval em dois meses sem injeção de dinheiro. O que conversamos muito foi de resgatar nossos valores, planejando recursos para que as escolas possam trabalhar ao longo do ano todo, qualificando as pessoas da comunidade”, explica a secretária de Turismo de Uberlândia, Mônica Debs.
Fonte: Jornal O Tempo