Tribunal de Rua: Espancado sob (falsa) acusação de estupro de criança em JF era inocente, concluiu a investigação da PCMG
Reportagem Aristides dos Santos com informações e imagem da Assessoria de Imprensa da Polícia Civil (PCMG)
ACUSADO DE ESTUPRAR CRIANÇA, AGREDIDO AOS SOCOS, PONTAPÉS E GOLPES DE BARRA DE FERRO, ERA INOCENTE- CONCLUI A POLÍCIA CIVIL
Nota da redação: O vídeo é revoltante, e que isso sirva de lição: Não importa a gravidade de um suposto crime e atribuição de autoria. O alvo pode ser inocente, o adequado é deter a pessoa e acionar a Polícia Militar.
E.C.S.B, 38 anos, foi agredido até a morte por cerca de 20 pessoas na noite de sexta-feira (10).


Deam apura que não houve estupro; vítima morreu inocente. Seis adultos já estão presos, e três adolescentes responderão por ato infracional.
Juiz de Fora, 3 de fevereiro de 2025: A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) finalizou o inquérito sobre o linchamento de um homem de 38 anos, ocorrido em 10 de janeiro no bairro Santa Cecília, em Juiz de Fora, Zona da Mata. Ao todo, dez pessoas foram indiciadas. Três delas foram presas no dia do crime, e outras três foram localizadas na sexta-feira (31/1). Além disso, três adolescentes responderão por ato infracional análogo ao homicídio.
Segundo as investigações conduzidas pela equipe de homicídios, a vítima foi injustamente acusada de estuprar uma menina de 9 anos. Entre os participantes do linchamento estavam a mãe e o *pai da criança (* a Assessoria de Imprensa da Polícia Civil retifica esta informação enviada anteriormente, declarando que não se trata do pai e sim do “noivo da mulher” e seu sogro), que gravaram a agressão e publicaram nas redes sociais. A menina testemunhou toda a cena.
A delegada Camila Miller alertou sobre os perigos da “justiça com as próprias mãos”:
“O homem foi morto injustamente. Esses tribunais paralelos são um retrocesso para a sociedade. Temos um sistema de justiça capacitado para investigar crimes e responsabilizar os culpados. Nesta tentativa de se fazer justiça, um inocente morreu simplesmente por estar vestindo uma camisa verde. Amanhã, pode ser qualquer um: você, seu irmão, acusado e punido sem sequer ter a chance de provar a inocência.”
Além dos agressores, a pessoa que filmou o crime também foi indiciada e já denunciada pelo Ministério Público. Quatro adultos seguem foragidos.
Deam conclui que não houve estupro
A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) concluiu, com base em depoimentos e no relato espontâneo da criança, que não houve estupro de vulnerável.
A delegada Alessandra Azalim revelou que a própria mãe da menina relatou que a filha mencionou apenas que um “homem de verde” a teria “agarrado”. Posteriormente, esclareceu-se que um homem segurou o braço da criança.
“Uma interpretação errada levou à morte de um inocente. Nenhum dos envolvidos tinha certeza de que a vítima era a pessoa que segurou o braço da criança”, destacou a delegada.
Alessandra reforçou que, ao suspeitar de crimes contra crianças e adolescentes, é fundamental acionar as autoridades.
“A criança pode passar por exames, e os fatos serão totalmente apurados. Se o crime for comprovado, os culpados serão responsabilizados, e a vítima receberá todo o apoio necessário da rede de proteção do município”, concluiu.
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Histórico do caso:
Reportagem Aristides dos Santos com informações fornecidas pela Assessoria de Imprensa PCMG.
POLÍCIA CIVIL CONCLUI INVESTIGAÇÃO DE HOMICÍDIO EM JUIZ DE FORA

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A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu a investigação de um homicídio ocorrido no dia 10 de janeiro de 2025, no bairro Santa Cecília, em Juiz de Fora. A investigação apurou a motivação e os responsáveis pela tragédia.
Inicialmente, especulava-se que a morte da vítima estaria relacionada a um alegado abuso sexual de uma criança de 10 anos. A PCMG, com a competência necessária, apurou os fatos e os indiciados serão responsáveis pelas suas ações, cumprindo a lei.
Três pessoas foram presas e indiciadas por homicídio qualificado. A delegada Camila Miller, titular da Delegacia Especializada em Investigação de Homicídios, e a delegada Alessandra Azalim, titular da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher, se encontrarão com a imprensa na segunda-feira, 02 de fevereiro de 2025, às 14 horas, na Delegacia Regional de Juiz de Fora, localizada na Rua Custódio Tristão, 76, no bairro Santa Terezinha, para esclarecer as circunstâncias do caso.
A divulgação oficial da coletiva e dos detalhes da apuração policial, certamente dará mais luz ao caso. Acompanharemos as próximas fases do quero que o policial, atualizando o caso.
Tipificação Penal:
O homicídio qualificado é tipificado no Código Penal Brasileiro como a prática de homicídio com circunstâncias agravantes.
O artigo 121, § 2º, do Código Penal prevê diversas qualificadoras, incluindo o homicídio cometido com emprego de veneno, emprego de recurso que dificulte a defesa da vítima, ou em consequência de outro crime, ou por motivo fútil, ou para ocultar outro crime.
A pena para o crime de homicídio qualificado é mais severa do que para o homicídio simples. A motivação do crime influenciará na definição da tipificação do crime e da pena aplicada.
REPORTAGENS ANTERIORES SOBRE ESTE ASSUNTO:
Reportagem Aristides dos Santos com informações preliminares de policiais militares do 2° BPM/4 RPM / Com print de vídeo enviado à redação por populares
Atualização segunda (13/01):
A Justiça converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva dos três autores já detidos pela polícia. O vídeo que chegou a nossa reportagem, poucos instantes após o crime, é o mesmo que está sendo utilizado pela Delegacia de Homicídios para identificação dos demais envolvidos. Já foram identificados 11 envolvidos.
O que se sabe até domingo (12/01):
✓TRIBUNAL DE RUA: ACUSADO DE ESTUPRO É ESPANCADO ATÉ A MORTE EM JUIZ DE FORA.
✓ATÉ AGORA, NÃO HÁ PROVAS OU INDÍCIOS QUE CONFIRMEM O SUPOSTO “ESTUPRO DE VULNERÁVEL”.
✓TRÊS DOS AUTORES DO LINCHAMENTO TENTARAM ESCAPAR DA CENA DO CRIME UTILIZANDO UM VEÍCULO EMPLACADO EM RIO NOVO.
✓A POLÍCIA CONSEGUIU IDENTIFICAR LOCALIZAR E PRENDER TRÊS DOS AUTORES, DENTRE ELES A MÃE DA SUPOSTA VÍTIMA, UMA CRIANÇA DE 9 ANOS

Atenção, em atualização: E.C.S.B, 38 anos, foi agredido até a morte por cerca de 20 pessoas na noite da última sexta-feira (10). Policiais do 2° BPM, em contato direto com nossa reportagem, esclareceram que, pelo menos, três autores foram identificados e presos. Dentre eles, a mãe da suposta vítima. Os policiais também informaram à nossa reportagem que não havia nenhum Boletim de Ocorrência contra o rapaz.
Data/ horário: Sexta- feira (10/01/2025), turno da noite – Localidade: Bairro Santa Cecília, Juiz de Fora
No final da noite de sexta (10), chegou até a nossa redação a informação de que um homem de 38 anos teria sido espancado até a morte no bairro Santa Cecília, em Juiz de Fora, acusado por moradores da comunidade de ter cometido um estupro.
Em contato com a Polícia Militar, que confirmou a ocorrência de homicídio, apuramos que ele foi acusado “de estupro de vulnerável” ( contra uma criança de 9 anos), porém, de acordo com a fonte policial, não consta no sistema nenhum registro de REDS (o antigo B.O) com crime desta natureza contra ele.
Um outro policial militar, também ouvido por nossa reportagem, mencionou que, após a agressão, alguns dos autores saíram do local com um SpaceFox, de cor branca, emplacado em Rio Novo.
Recebemos um vídeo, com imagens fortes, há dezenas de pessoas, entre homens e mulheres, cometendo o linchamento. As imagens recebidas mostram chutes, socos e golpes com uma barra, possivelmente de ferro. Ele ainda foi socorrido com sinais vitais, mas não resistiu à agressão e foi à óbito em poucos minutos, após a tentativa de hospitalização.
O policial também mencionou que o veículo, emplacado em Rio Novo, foi vendido por um morador do município e o novo proprietário não tomou as medidas legais para consumar a transferência do automóvel.
Até o momento, três pessoas foram identificadas e presas pela polícia, apontadas como envolvidas no linchamento: a mulher, com 34 anos e dois homens, 26 e 57 anos, respectivamente. A Polícia Civil foi acionada para assumir a ocorrência. Devido ao clamor popular e a natureza grave do crime, a expectativa é a que a Polícia Civil ou Ministério Público peçam a prisão preventiva dos três envolvidos.